Em coletiva a imprensa nesta quarta-feira, 21, a direção do Sintese criticou a tentativa do Governo do Estado, através da Secretaria de Estado da Educação (SEED), de empurrar o programa Educa Mais, lançado pelo secretário Jorge Carvalho em coletiva no último dia 16.
O sindicato se posicionou contrário a este e a qualquer outro programa que tenha em seu cerne a meritocracia e ranqueamento de estudantes e professores. Além disso, para a entidade sindical, o Programa irá enviar a Assembleia Legislativa (ALESE) os projetos que serão seu, e que trazem de volta o índice Guia.
Para a vice-presidente do SINTESE, professora Ivonete Cruz, o que a Secretaria de Educação intitula com Gestão Democrática é na verdade a retomada do Compromisso de Gestão através de contrato que será assinado pelos gestores, se comprometendo com metas anuais de qualidade de ensino aprendizagem. Não somos contrários a metas, mas como atingi-las em escolas caindo aos pedaços, sem matérias didáticos pedagógicos? Com atingir matas em espaços que não são propícios para o desenvolvimento do ensino e da aprendizagem? Pois esta é a realidade das escolas estaduais de Sergipe”, afirmou.
A professora Ivonete questionou a criação do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB), que se limitará a avaliação anual do desempenho das escolas públicas. “Uma avaliação que se baseia na meritocracia, em que os melhores receberão prêmios e aqueles com desempenho considerado inferior serão escanteados. Ou seja, teremos dois tipos de escola: a escola rotulada como de excelência, modelo, na qual os estudantes têm direito a sonhar com um futuro e a escola rotulada como ruim que será abandonada a própria sorte”, prevê a professora.
O Programa Educa Mais retoma a premiação das escolas e professores que apresentarem melhores resultado. Para a vice-presidente do SINTESE a premiação proposta pelo Programa Educa Mais para professores com melhor desempenho serve apenas para colocar trabalhador contra trabalhador. Ivonete Cruz acredita que bons resultados dependem de condições adequadas de trabalho e valorização dos professores.
“Para nós a qualidade da educação não passa por premiação, mas pela garantia de bons resultados através do ensino e bom aprendizado, condições de trabalho, formação e valorização. O direito de todo o professor não é receber um prêmio no final do ano, mas sim de receber o Piso Salarial na carreira, conforme estabelece a lei. O que precisamos é de valorização. Mas nem isso este governo nos assegura, já que até a presente data não recebemos o reajuste do piso e ainda tivemos sete dias de salários cortados indevidamente devido a greve ”, destaca.
“Esperamos que o secretário Jorge Carvalho, antes de encaminhar qualquer projeto à Assembleia, que tenha como perspectiva da meritocracia, da punição, da premiação e de um atingir metas que não serão atingidas antes de mudar as estruturas, que receba o sindicato e discutamos coletivamente e iniciemos o ano de 2016 em outro patamar, inclusive garantindo os diretos dos professores, como o reajuste do Piso na Carreira como determina a Lei Federal e devolvendo o que foi cortado dos seus salários para que os alunos tenham direito ao cumprimento do ano letivo” finalizou a vice-presidente do SINTESE.
Fonte: assessoria Sintese