O presidente estadual do Partido dos Trabalhadores em Sergipe, Rogério Carvalho, estranhou dados de tarifas apresentados pelo secretário de comunicação da Prefeitura de Aracaju, Carlos Batalha, em resposta a uma nota do partido com críticas ao aumento abusivo da tarifa de ônibus e também à gestão do prefeito João Alves em Aracaju. “Por dever de ofício, o jornalista Carlos Batalha, por quem guardo respeito, tem que fazer a defesa da gestão da qual faz parte, afinal, ele é o secretário de comunicação de João Alves, e eu respeito muito sua atuação, sua manifestação, mas não posso concordar com os dados e inversões que ele coloca. As tarifas de outras capitais que ele informa, diferem das informações que tenho em mãos e que coincidem com as divulgadas na imprensa sergipana e que certamente ele tem acesso. E mais importante que a comparação que ele faz, é o sentimento de absoluta reprovação da população”.
Rogério diz não entender por que o secretário Carlos Batalha usa tarifas de Estados fora do eixo nordeste, como Santa Catarina, Mato Grosso e Brasília, para defender a elevada tarifa de R$ 3,10 em Aracaju, e reafirma que “o aumento concedido pelo prefeito João Alves Filho é abusivo e que a tarifa de Aracaju é a mais cara do Nordeste, sim, é só comparar: Natal = R$ 2,65; Teresina = R$ 2,50; Fortaleza = R$ 2,75; João Pessoa = R$ 2,75; Salvador = R$ 3,00; São Luís = R$ 2,60; Recife = R$ 2,45 e Maceió = R$ 2,45”.
O aumento na tarifa de Aracaju, que saltou de R$ 2,70 para R$ 3,10 – representando um aumento de 14,81%, cerca de 50% acima da inflação, medida pelo IPCA – não é pequeno, como tenta minimizar o secretário Carlos Batalha. “Esse elevado aumento na tarifa sacrifica mais de 850 mil trabalhadores na grande Aracaju e é preciso que o prefeito se sensibilize com isso. É preciso que o prefeito João Alves Filho compreenda as dificuldades que esse aumento provoca no orçamento do trabalhador”, pondera Rogério.
Rogério Carvalho afirma que há um claro distanciamento e falta de apetite da gestão de João Alves com o sentimento que vem das ruas, por isso, segundo ele, fica difícil, apesar dos esforços de Carlos Batalha, defender a má gestão do prefeito. “Não é possível que o prefeito João Alves Filho não perceba a insatisfação da população com esse aumento escorchante e com a inépcia de sua gestão, já criticada até por seu vice-prefeito, José Carlos Machado, que em recente entrevista, denunciou “paralisia e incompetência da equipe administrativa da PMA em realizar obras e garantir serviços de qualidade aos aracajuanos”, relembrou Rogério.
Ainda sobre José Carlos Machado, Rogério diz que em entrevista aos radialistas Jailton Santana e Magna Santana, o vice-prefeito “gaguejou” e não soube responder quando os servidores públicos municipais iriam receber seus salários de dezembro. “O que venho afirmando há meses sobre a ineficiência da gestão do prefeito João Alves é percebido pelo vice-prefeito Machado, não estou inventando nada”, justifica Rogério Carvalho.
Sobre a gestão na área da saúde, Rogério volta a fazer críticas, esclarecendo que se a saúde estivesse bem, como afirma o secretário Carlos Batalha, não seria necessário o retorno do Pró-Mulher com a senadora Maria do Carmo, que deveria estar em Brasília, cuidando dos interesses do Estado de Sergipe. “A menos que seja uma ação eleitoreira, visando as eleições de 2016”, questiona Rogério, lamentando que mesmo com o aumento populacional verificado nos últimos censos demográficos, o tamanho da rede de serviços e unidades de saúde em Aracaju ficou estagnado. “Desde que deixei a gestão da saúde, em Aracaju, a população cresceu, mas não houve ampliação de equipes de saúde na família, novos equipamentos de saúde, novos serviços e reposição de material humano, já que muitos profissionais estão se aposentando e é preciso manter o número adequado de servidores para atender melhor a população. A Saúde em Aracaju é bela em propagandas, mas na realidade, é uma tragédia para a sociedade”, critica Rogério.
Ao se referir à iluminação pública de LED, no bairro 13 de Julho, Rogério reconhece que está bonita, mas diz que nos bairros vizinhos e nas periferias de Aracaju a população vive com iluminação pública “precaríssima”, aumentando a sensação de insegurança e intranquilidade. “Gostaria muito que o que é feito no bairro 13 de julho, e que é justo que se faça, pois os cidadãos dessa área pagam impostos e precisam perceber o retorno do que pagam, fosse feito também em pontos da cidade que precisam de um olhar mais atento do prefeito”. Rogério avalia que a população que passa pela 13 de Julho e vê as obras de contenção na Beira Mar e iluminação de LED, fica perplexa com o abandono do seu bairro pela prefeitura. “Espero que o prefeito João Alves reconheça essa grave falha com os aracajuanos e atenda a esse meu apelo, que olhe para os lados mais necessitados da cidade, que também têm cidadãos que pagam seus impostos e que precisam da atenção da prefeitura”.
Para Rogério, as praças públicas em Aracaju têm da gestão do prefeito João Alves Filho um tratamento desatencioso ao receber camadas de asfalto, ao invés das bonitas pedras portuguesas, que dão charme e realçam a harmonia entre as pessoas e o ambiente. Para ele, as praças precisam de mais elementos de arte, mais humanização, mais preenchimento com verde, não asfalto. “Fico surpreso o prefeito tratar o asfaltamento de praças como algo moderno, com um olhar paisagístico duro. As praças precisam de tratamento diferenciado, precisam ser aprazíveis para os seus frequentadores. O asfalto, por suas propriedades específicas, desfigura a estética e a paisagem, criando a sensação de que a pista de tráfego de veículos é uma extensão dela (da praça), uma extensão do programa “Rodando no Macio”, que, aliás, se mostrou ineficiente e fez com que Aracaju fosse tomada por buracos. Esse é um diagnóstico dos cidadãos que transitam pelas ruas de Aracaju e que não pode ser contestado pelo prefeito. É fato!”, diz Rogério.
Rogério diz que vai continuar acompanhando a gestão de João Alves em 2016 para avaliar se suas críticas serviram para melhorar o olhar do prefeito sobre a cidade. “Como cidadão, torço que minha cidade seja bem cuidada, que as promessas do prefeito sejam cumpridas e que Aracaju volte a merecer o título de “Capital da Qualidade de Vida”, deixada pelo nosso saudoso Marcelo Déda”.
Para o presidente do PT em Sergipe, ao invés de passar o tempo reclamando e rebatendo críticas à sua “péssima” gestão, o prefeito de Aracaju deve olhar melhor a cidade e trabalhar por ela, porque ele foi eleito para isso, não para passar 4 anos reclamando dos seus antecessores. “João Alves precisa trabalhar, precisa entender que até 2016 ele é o prefeito da cidade e deve fazer por onde merecer esse voto que o aracajuano lhe deu e que certamente já se arrependeu”, finaliza Rogério Carvalho.
Ascom PT/Se