No parque infantil a estudante Ana Carla Santos, 27, conduz sua filha Carla Adriana, 2, entre um brinquedo e outro: “difícil é ela querer ir embora”. A poucos metros dali, sentada num banco, a educadora física Noemi Pompilio, 37, observa o ambiente que diz admirar pela “diversidade de opções”. Mais adiante, a servidora pública Elenita Siqueira, 50, termina sua caminhada e já começa a se exercitar nos equipamentos de ginástica: “isso aqui é uma maravilha!”.
Era a tarde da última quinta, 8, no Parque Governador Antônio Carlos Valadares, em Aracaju, popularmente conhecido como Parque dos Cajueiros. Mas, substituindo-se os personagens, poderia ser qualquer dia. Refeito e reinauguradohá cerca de um ano pelo governador Marcelo Déda, o espaço voltado ao esporte e lazer da população já se tornou destino certo para muitos aracajuanos em seu dia a dia.
Pela primeira vez em cerca de 10 anos a população da capital terá o Parque dos Cajueiros à sua disposição na data em que o município faz aniversário: o dia 17 de março. Os R$ 8,6 milhões investidos na revitalização do espaço o dotaram de ciclovia, quadras de esportes, parque infantil, equipamentos de ginástica, iluminação e estacionamentos, além de rampas de acessibilidade, sinalizadores nos pisos e paisagismo. Tudo isso voltou a atrair diariamente cidadãos locais e turistas de todas as idades, resgatando uma rotina interrompida com o fechamento do Parque.
Praticantes assíduos de remo, os servidores públicos Marcelo Ribeiro, 44, e Guilherme Medeiros, 49, estão em meio aos inúmeros exemplos disso. Com a reforma eles deixaram o Rio Sergipe e voltaram a treinar no Rio Poxim, partindo da escola da modalidade presente no Parque. “Ficou show de bola!”, comenta Guilherme, que atualmente mora no Rio de Janeiro, mas como está de férias tem destinado os finais de tarde de segunda a sábado para remar com o amigo.
No remo, aliás, está uma das provas mais concretas do êxito do investimento. Presidente em exercício da Federação Sergipana, Geraldo Porto assegura que a procura pelo esporte no Parque dos Cajueiros cresceu em cerca de 70% de um ano para cá. Segundo ele, antes da reforma a escola de remo não tinha mais do que 30 alunos. Atualmente, são mais de 100.
Um deles é a estudante Cristina Santos da Silva, 27. Portadora de deficiência física, ela conta que iniciou no esporte há duas semanas por indicação de seu médico. “Ele disse que eu precisava praticar algum esporte porque o açúcar estava alto”, diz Cristina, que também elogia a estrutura do local. “Para mim está legal; aqui dá para me locomover tranquila”.
Por Hádam Lima da ASN
Foto: Victor Ribeiro/ASN