A Comissão de Direitos Humanos da OAB/SE – Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Sergipe, por meio da Coordenadoria de Saúde Pública, visitou o Hospital Dr. Jessé de Andrade Fontes, em Estância, na manhã desta segunda-feira, 09. A unidade hospitalar é regional e responsável pelo atendimento de todas as cidades localizadas na região sul de Sergipe.
A Comissão foi recebida pela enfermeira Patrícia Falcão, superintendente do hospital, que relatou as condições na qual o hospital se encontra. Segundo ela, por ser um hospital regional, o atendimento é centralizado em numa localização que conta com uma população entre 250 e 300mil habitantes. Ela acrescentou ainda que a demanda gira em torno 4.500 pacientes de emergência por mês.
O Hospital conta também com 20 leitos pediátricos e 30 leitos adultos, entretanto, ao conhecer as instalações, a coordenadoria percebeu que havia muitos leitos desocupados, quatro enfermarias fechadas. Além disso, a Unidade de Tratamento Intensivo e o Centro Cirúrgico ainda não funcionam.
Segundo Maria Angélica Resende, coordenadora de Saúde Pública, com as visitas é possível constatar que há um descaso do poder público com administração dos hospitais pela Fundação Hospitalar de Saúde. “Todos os hospitais que estamos visitando no interior, estamos encontrando uma condição física muito boa e um atendimento inexplicável. Estamos jogando fora espaços que poderiam ser aproveitados pelos pacientes, enquanto eles são jogados com o maior descaso, em Aracaju. Está precisando exatamente de uma organização e uma regulação ao utilizar os espaços que foram construídos e que fazem parte dessa rede integrada de saúde”, argumentou.
Patrícia relatou ainda que a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) ainda está fechada por falta de profissionais. “Para a UTI funcionar, eu preciso de no mínimo sete médicos intensivistas. Com a abertura dos leitos de Aracaju, estes profissionais preferem ficar em Aracaju a ter de vir para o interior”, justificou.
Ao sair do Hospital, a CDH foi abordada por José Andrade da Silva, morador local, que relatou à Comissão que a sua esposa tinha falecido na noite anterior. “Eu estou revoltado aqui, ontem minha esposa estava internada aqui e morreu, não tinha médico, eu rodava os corredores todos atrás dele e não via. Aí é um matadouro, aí é um frigorífico”, disse revoltado.
Participou ainda da visita Maria das Graças Spencer, também da Coordenadoria de Saúde da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SE.
Fonte: assessoria OAB/SE