É ligação que cai a toda hora, áreas que não possuem cobertura telefônica, gente que precisa procurar um local para conseguir sinal no aparelho celular. Estes são problemas comuns no serviço de telefonia móvel do Brasil. Como Sergipe não foge à regra, a Assembleia Legislativa do Estado abriu uma CPI para verificar deficiências no setor das Telecomunicações.
A audiência desta terça-feira, 27, já foi a 6ª realizada pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Telecomunicações. A reunião, presidida pelo deputado Venâncio Fonseca (PP), contou com a presença de membros de membros da equipe diretiva da Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL – que apresentou balanço sobre a telefonia fixa e móvel no Brasil e em Sergipe.
Segundo Odiley Araújo, gerente da Regional ANATEL nos Estados de Sergipe e Bahia, o crescimento da telefonia fixa que ocorreu entre os anos de 1994 e 2001 só veio de fato a perder espaço para telefonia móvel em 2006. “Até 2002 só existia uma operadora, com a chegada das outras quatro, o número de celulares cresceu muito em Sergipe”, relata Odiley.
E como este número cresceu, hoje são mais de 2,7 milhões de usuários, uma média de quatro celulares para cada três sergipanos. Os celulares pré-pagos correspondem a 86% da demanda em Sergipe, 14% são usuários de celulares pós-pago. “Sergipe tem mais estações de acesso por usuários do que a média do Brasil”, revela o gerente da ANATEL SE/BA.
Apesar do crescente avanço em termos de números de aparelhos, a qualidade dos serviços prestados pelas operadoras tem deixado a desejar. No que se refere aos serviços de telefonia móvel 3G – termo que diz respeito a celulares com velocidades maiores de conexão, transmissão de dados e voz, recursos como vídeo-chamadas, entre outros serviços – a qualidade e cobertura são ainda mais deficientes.
Conforme dados da ANATEL divulgados na CPI das Telecomunicações, 36% do território sergipano ainda não tem cobertura para celulares de tecnologia 3G. Em contrapartida, 64%, correspondente a 48 municípios sergipano, possui a tecnologia 3G como nível de velocidade dos serviços de telefonia móvel, porém, com algumas variantes quanto a qualidade.
Sobre o controle de prestação de serviços e monitoramento das operadoras, a representação da ANATEL em Sergipe disse que 43,26% dos usuários reclamam da qualidade do serviço e que a agência realiza constantes fiscalizações às operadoras. “Foram 2.783 horas de fiscalização em 2011, 2.544 em 2012, e até março deste ano 657 horas de fiscalização”.
Apesar desse número, apenas cinco profissionais e três veículos especializados realizam este serviço em Sergipe. Algo questionado pelo deputado Augusto Bezerra (DEM).
“São quase 6 mil linhas por Estação em Sergipe, nos a média de mil linhas por estação. Por isso tantas ligações caem! O número de fiscais também é pequeno para este contingente”, pontuou o relator da CPI.
O presidente da comissão lembrou que já são 18 Estados da federação que abriram CPI das telecomunicações. “Vamos nos unir às outras para trocarmos informações e elaborarmos um relatório final que será levado à Brasília. Estas CPIs visam ajudar o Governo a dar maiores condições de trabalho e fiscalização à ANATEL perante as operadoras que se aproveitam da ineficiência deste órgão”, destacou Venâncio.
Fotos ilustrativas : Marcos Couto – imprensa1
Foto extra ilustrativa : Google
Por: Miza Tâmara- Jornalista