A fundação do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE) está umbilicalmente ligada aos movimentos nacional e regional pelo fortalecimento de caixa de pensões e aposentadorias dos bancários.
No mesmo ano e mês em que o SEEB/SE completa 80 anos, o Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Bancários (IAPB) completaria exatos 80 anos de existência. Ainda nesse ano e mês, nos dias 5 e 7, estourou a primeira greve nacional dos bancários.
Esses fatos históricos na vida sindical bancária não são coincidências. “Em julho de 1934, uma das conquistas da primeira greve nacional dos bancários, o IAPB foi instituído no dia 9 e cinco dias depois foi fundado o SEEB/SE, dia 14. O instituto foi extinto em 1967, com a criação do Instituto Nacional de Previdência Nacional (INPS)”, conta o ex-presidente do SEEB/SE, José Souza.
Motti Carvalho e Waldemar Piedade
“Ao tempo em que comemoramos os 80 anos de existência do sindicato sergipano reverenciamos a fundação do IAPB. Na Bahia, os companheiros exaltam suas lideranças históricas como a do jornalista, membro da Aliança Nacional Libertadora (ANL) e ex-presidente do sindicato baiano José Motti de Carvalho. Em Sergipe, estaremos reverenciando personalidades como Waldemar Piedade que também foi membro da ANL e um dos fundadores do sindicato sergipano”, destaca José Souza.
Década de 30
A intensa história dessa década de lutas é rememorada pelo comunista, bancário e baiano Euclides Fagundes Neves, na obra “Bancos, bancários e movimento sindical”, editado pela Anita Garibaldi em 1998 e pelo historiador da Universidade Federal de Sergipe, Fábio Maza.
Na década de 30, enfrentando a repressão, segundo Fábio Maza, os pioneiros do SEEB/SE participaram dos “primeiros passos para a instalação do IAPB, através de cartas e enviando delegados ao Rio de Janeiro para a renovação da diretoria do instituto”.
Em novembro de 1935, o primeiro delegado-eleito para representar a categoria em Sergipe no Congresso Nacional dos Bancários foi Waldemar Piedade. Segundo Euclides Neves, o sergipano iria representar a categoria na renovação anual da direção do IAPB (Euclides, pg127). Fábio Maza conta que em 23.11.1935 Waldemar é preso no Rio de Janeiro, à antiga capital federal, e conduzido com outros passageiros à chefatura de polícia, sendo três dias depois transferido para a cadeia da rua Frei Caneca onde permaneceu “mais ou menos três meses”
Por Déa Jacobina Ascom SEEB/SE