A Secretaria Municipal do Meio Ambiente – Sema – apresentou nessa quinta-feira, 4, no gabinete da presidência da Emsurb, no bairro Jardins, o relatório técnico pericial da mortandade de cerca de cinco mil peixes do lago da Sementeira – o Parque Augusto Franco.
O laudo foi iniciado em 14 de março por solicitação da Empresa Municipal de Serviços Urbanos – Emsurb. Neste período, a equipe técnica da Sema, sob a chefia do biólogo e secretário-adjunto, César Gama, realizou minuciosa investigação para apurar as causas do desastre ambiental que culminou no óbito em massa de peixes do gêneroOreocrhomis, popularmente conhecido por tilápia, e em menor quantidade, de espécimes do gênero Centropomus (Robalo).
O resultado da conclusão apontou morte por asfixia em função de drástica redução na concentração de oxigênio na água. Segundo o relatório, o sintoma foi desencadeado pelo desequilíbrio do ecossistema ocasionado por um processo denominado de eutrofização antropogênica, decorrente de poluição por efluentes domésticos (águas residuárias) despejados no lago, que provoca a superproliferação de organismos aquáticos.
Os técnicos concluíram que o despejo contínuo destes efluentes aumentou excessivamente a quantidade de fósforo total e nitrogênio amoniacal, substâncias que em alta concentração são indicativas de poluição por esgotos urbanos, configurando o excesso de nutrientes no ecossistema, o que desencadeia o fenômeno da eutrofização acelerada com a explosão de vida no ambiente.
A situação levou ao aumento da concentração de gases tóxicos decorrentes de processos metabólicos originários do excesso de microorganismos e matéria orgânica no lago, especialmente algas, e ocasionou elevação exagerada da Densidade Bioquímica de Oxigênio – DBQ, que rapidamente consumiu o gás – agravado pelas exigências da grande população de peixes no local e pelo desligamento inadequado do sistema de aeração.
A retirada indevida de plantas macrófitas, que auxiliam na filtragem e recuperação de corpos de água degradados e poluídos, também teria sido agravante do problema.
Diante das problemáticas apresentadas no lago da Sementeira, a Sema manterá sistema de monitoramento permanente. “Levando em consideração o resultado das investigações, a equipe técnica desta secretaria recomenda o monitoramento permanente e a realização de práticas bem definidas para a reversão do fenômeno observado no lago da Sementeira”, disse o secretário-adjunto, César Gama.
O secretário municipal do Meio Ambiente, Eduardo Matos, informou que está proibida a pesca e distribuição de peixes do lago da Sementeira. “O consumo de peixes do lago da Sementeira representa risco à saúde da população e por isso tanto a pescaria como a distribuição deles está definitivamente interrompida”, enfatizou Matos.
Entre outras medidas está a realização de novos exames para verificação da qualidade da água; reintrodução de plantas macrófitas ao ambiente; o religamento do sistema de aeração por maior duração de tempo e investigação da fonte de esgotos despejados no lago, para identificar os responsáveis.
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Foto: Ascom/Sema