A Frente em Defesa da Mobilidade e Transporte Público realiza nesta quarta-feira, dia 17, às 16h, mais uma manifestação contra o aumento da passagem do transporte coletivo. A concentração acontece na Praça da Catedral.
O objetivo é pressionar o prefeito a vetar o aumento da passagem, exigindo também dos vereadores uma reunião com a sociedade civil, SMTT e Setransp para esclarecer as denúncias de fraudes no cálculo da tarifa.
Como já havia sido denunciado, o cálculo feito pelo Setransp e SMTT inclui na tarifa custos que não existem, como: gastos com câmara de ar e protetores, quando a frota de ônibus de Aracaju se utiliza de pneus com tecnologia sem câmara de ar. Outra grave irregularidade contida nas propostas da SMTT e Setransp é a inclusão de gastos com salários de cobradores em micro-ônibus e micrões, sendo que nesses veículos só há um profissional realizando as duas funções.
Além disso, a planilha proposta pela SMTT e aprovada pelos vereadores contém graves contradições. “A SMTT fez uma pesquisa de preço para alguns insumos, chegando a valores menores para óleos, lubrificantes e pneus. No entanto, esse cálculo leva em consideração apenas os preços superfaturados alegados pelo Setransp”, afirma o economista Demétrio Varjão, coordenador do Movimento Não Pago.
Outro ponto questionado pela frente é em relação à receita de publicidade vinculada aos ônibus (os chamados busdoors). De acordo com a legislação municipal, essa receita pertence ao município e deve servir para reduzir o valor da tarifa, mas vem sendo completamente embolsada pelos empresários.
De acordo com análise do Movimento Não Pago, se for feita uma auditoria da planilha e forem retirados os custos que não existem, o valor da tarifa deveria ser reduzido imediatamente para R$ 1,82. Na prática, os empresários aumentam os custos para que o preço da passagem seja maior que o seu valor real, elevando assim seus lucros. A conclusão é que, caso o aumento para R$ 2,45 seja aplicado, essas irregularidades geram R$ 0,63 de lucro indevido em cada passagem. No final do ano, serão cerca de R$ 47,4 milhões de lucro injustificado (são mais de 75 milhões de passagens inteiras por ano) para os bolsos dos empresários.