Juíza reconhece que o artigo literário em primeira pessoa não tem indicação de locais, datas, cargos e não cita ninguém, mesmo assim ela recebeu a denúncia do MP que acusa o jornalista de ofender desembargador do TJ, cunhado do governador Marcelo Déda (PT).*
Para o MP quando o artigo literário cita uma vez a expressão “jagunço das leis” estaria fazendo referência objetiva ao desembargador do Tribunal de Justiça, Edson Ulisses, cunhado do governador.
A última audiência do processo criminal movido pelo desembargador contra o jornalista ocorreu na sexta-feira, 22, na sede do Tribunal de Justiça de Sergipe, onde o irmão do governador Marcelo Déda, o desembargador Cláudio Déda é o presidente, e o seu cunhado, o desembargador Edson Ulisses é o vice-presidente, este último escolhido e nomeado pelo governador.
Atendendo ao pedido do desembargador Edson Ulisses, o Ministério Público, ainda na primeira audiência de conciliação já denunciou criminalmente o jornalista pelo crime de ter escrito a crônica ficcional. Por coincidência, dias depois da denúncia, a promotora de Justiça Allana Costa, que era substituta e trabalhava no interior de Sergipe, foi premiada com a promoção para acapital, em cargo de coordenadoria.
Na audiência da última sexta-feira, 22, vários representantes de movimentos sociais que lutam pela liberdade de expressão e até familiares do jornalista foram impedidos de participar da audiência. A segurança da Polícia Militar dentro do tribunal foi reforçada. A audiência durou mais de quatro horas e a juíza Brígida Declerc proibiu qualquer registro fotográfico e sonoro.
A próxima audiência está marcada para o dia 19 de abril.
Fonte: Sindjor-SE