A greve nacional unificada de petroleiros começou forte nesta terça, 03/11. Em Sergipe e Alagoas novas áreas aderiram a greve, com muita iniciativa e disposição de luta dos trabalhadores de base, motivo de muito orgulho para a direção do Sindipetro AL/SE. Nas bases da FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) o movimento entra no seu sexto dia. Nacionalmente as gerências das unidades não têm poupado esforços para impedir os sindicatos de conduzirem a greve e para coagir a categoria a voltar aos seus postos de trabalho, uma vez que a dificuldade de escalar seus grupos de contingência tem sido grande.
A greve já é considerada a maior mobilização da categoria desde 1995. Os petroleiros hoje lutam contra a continuidade do plano de privatização que o PSDB de FHC não conseguiu completar há 20 anos atrás, apesar da quebra do monopólio estatal do Petróleo. Agora sob o comando do PT de Dilma e Lula, o governo mais uma vez tenta realizar o desejo do império dos bancos e dos magnatas do petróleo.
Com desinvestimento, demissões em massa, retirada de direitos e a venda do patrimônio da empresa, a Petrobrás está sendo depenada. Portanto, a luta dos petroleiros nessa campanha salarial vai além da defesa do reajuste e da defesa dos direitos históricos que estão sendo atacados no Acordo Coletivo de Trabalho. É uma luta contra o Governo Dilma, para impedir que a maior riqueza do povo brasileiro seja entregue nas mãos de um punhado de empresários que só pensam no lucro, enquanto os trabalhadores sofrem com desemprego e relações de trabalho precárias, pior do que já fazem as terceirizadas.
Confira abaixo o quadro local e nacional da greve:
GREVE EM SERGIPE E ALAGOAS
No Campo Terrestre de Carmópolis a greve se fortaleceu nesta terça, com adesão da base administrativa e parada de produção. Nas áreas operacionais, de 80% a 90% dos trabalhadores aderiram. Nas estações de Saquinho, Desparafinação, Jordão e Siriri os próprios trabalhadores de base estão garantindo a paralisação. Estas são as principais bases de produção de petróleo do campo, que recebem o óleo bruto das sondas. Por voltas das 13h de hoje chegou um oficial de justiça com uma liminar de interdito proibitório, sob acusação do sindicato impedir os trabalhadores de entrar. Os portões estão abertos e sem faixas. O que segura a greve é a insatisfação e a disposição de luta dos trabalhadores que só cresce.
Na Fafen-SE (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenado de Sergipe), a empresa ajuizou interdito proibitório, acusando o sindicato de impedir os trabalhadores de entrarem. Isso é mentira. A adesão dos trabalhadores é quase total. Como não conseguiu derrubar o movimento através da liminar judicial, a empresa mais uma vez acionou a polícia para tentar intimidar os grevistas.
Por fim, a produção está nas mãos apenas de nove operadores do turno, que entraram desde o dia 31/10, às 15h. A direção do Sindipetro AL/SE, pela responsabilidade que tem com a vida dos trabalhadores, entrou com ação para pedir a retirada do pessoal de dentro da fábrica e tem chamado a gerência para tratar da questão desses trabalhadores que estão retidos há 48 horas de forma arbitrária, expostos a todos os riscos. No turno das 15h os trabalhadores rejeitaram a proposta da empresa de render parte do efetivo que está trabalhando desde sábado e ficar em turno de 16 horas. Os trabalhadores definiram que só aceitam efetuar a rendição se a empresa retirar toda a equipe de contingência.
Na Sede da Rua Acre, em Aracaju, a greve segue com mais de 90% de adesão. Através do Ouro Negro, que a partir de agora funcionará como boletim diário de greve, o Sindipetro dialogou com os petroleiros terceirizados. Diante do assédio e terror das empresas para dividir os trabalhadores, o sindicato explicou a necessidade da greve para derrotar a plano de desinvestimento, demissões e privatização de Dilma e Bendine. “Contra os cortes de ponto e as demissões, nossa resposta É GREVE”.
No Tecarmo, Polo Atalaia, a greve também continua desde quinta, 29 de outubro. Apesar do assédio da empresa para obrigar os trabalhadores a entrarem por buracos nas cercas e por dentro dos matos, a adesão é de aproximadamente 70% do administrativo e de 80% à 90% dos trabalhadores do turno.
Nas plataformas de Aracaju, nenhum trabalhador embarcou pela manhã. Negociaram apenas o embarque do técnico de segurança, de um supervisor e de um operador para garantir a segurança da PCM-9. Pela tarde embarcaram os trabalhadores terceirizados de serviços gerais (limpeza e cozinha).
Na base de Pilar, em Alagoas, os petroleiros e petroleiras também aderiram fortemente a greve convocada pela FNP nesta terça. A categoria decidiu parar o turno sem corte de rendição o que motivou a empresa a determinar o fechamento dos poços, depois de quase 10h de greve. Na UPGN de Pilar, dos quatro operadores, apenas um continua, junto com os supervisores e engenheiro, fazendo o procedimento de parada dos compressores. A paralização está sendo feita porque nenhum operador das duas áreas se propôs em fazer a rendição.