A suposta “crise” serviu como discurso para que o presidente do TJSE, o desembargador Luiz Mendonça, não concedesse a reposição inflacionária integral aos servidores do órgão nem avançasse em outras reivindicações da campanha salarial. A crise também justificou fechamento de fóruns e aumento das custas cobradas dos usuários dos serviços da justiça.
No entanto, a direção do Sindijus considera que verbas excessivas, que provocam distorções salariais prejudiciais aos trabalhadores efetivos do órgão, seguem sendo pagas a exemplo do auxílio moradia, PAE (Parcela Autônoma de Equivalência) e retroativos de auxílio alimentação pagos a juízes. Somente neste ano, até abril, já tinham sido pagos R$ 2,7 milhões com auxílio moradia retroativo a juízes.
Além disso, a quantidade de supersalários registrados na folha de pagamento do tribunal segue praticamente a mesma por meses, mesmo durante a alegada crise. Em abril deste ano, foram 157 salários pagos com valores acima do teto constitucional que no Brasil é de R$ 33 mil. Entre essas 157 pessoas, apenas duas são servidoras, ocupando o cargo de Escrivão, e as outras 155 são juízes ou desembargadores.
Os três salários do topo da lista ultrapassam os R$ 100 mil, sendo o mais alto no valor de R$ 137.095,89. No total, esses 157 superpagamentos custaram aos cofres públicos mais de R$ 9 milhões apenas no mês de abril. Crise para quem?
Assessoria de Comunicação Sindijus