A deputada estadual Ana Lúcia ocupou a tribuna na manhã de hoje, 19, para dar voz aos educadores da rede pública de São Cristóvão, que realizaram um grande ato na noite de ontem, 18.
Intitulada “Via Crucis dos Professores”, a manifestação teve o intuito de cobrar o pagamento de salários da categoria, que não vem sendo pagos de forma regular pela prefeitura há meses.
A parlamentar informou que a Prefeitura Municipal de São Cristóvão efetuou parte do pagamento dos salários dos professores relativo ao mês de janeiro, que estava suspenso, porém, ressaltou a necessidade de mobilização para que se garanta a liberação dos recursos referentes ao restante do pagamento de janeiro e do pagamento integral fevereiro, já que até o momento, os 252 profissionais da educação da rede continuam sem o último mês de salário.
“Pedimos que prefeita Rivanda Farias realmente escute não apenas a categoria, mas o apelo de toda a sociedade”, reivindica Ana Lúcia, ao informar que comerciantes da região e pais de estudantes estão preocupados com a situação e têm se solidarizado com a categoria.
Em seu pronunciamento, Ana Lúcia também destacou o protagonismo dos jovens sertão de Sergipe, que organizaram, nos últimos dias 15, 16 e 17, em Monte Alegre, o Acampamento da Juventude do Alto Sertão. O evento reuniu lideranças jovens locais e diversos segmentos dos movimentos sociais do campo e da cidade para discutir a qualidade das políticas de educação que vem sendo adotadas na localidade.
A parlamentar apresentou uma grave denúncia feita durante as atividades do acampamento: o fechamento de diversas escolas do campo, entre elas, a unidade escolar do povoado Bonsucesso, município de Poço Redondo. “Espero que revertamos esta situação. Não se pode fechar uma escola porque professores da rede não se dispõem a trabalhar na zona rural, pois nós professores, somos funcionários da população”, denunciou a deputada.
Ana Lúcia criticou os privilégios e cargos de direção e coordenação cedidos a profissionais de educação que são apadrinhados por políticos. Ela lembrou da existência de uma resolução do Conselho Nacional de Educação que regulamenta a necessidade de três anos de experiência na escola para assumir cargos como diretor ou coordenador.
“Precisamos acabar com os padrinhos. O poder público é laico, não tem que existir batizado” ironizou a deputada.
Foto: Maria Odilia, da Agência Alese